terça-feira, 28 de agosto de 2007

Pise na grama


Quem gostou do Hangar? Pra quem não sabe, trata-se de uma obra pública construída em Belém aproveitando a estrutura de dois galpões (H1 e H2) do antigo Parque de Material Aeronáutico de Belém, inaugurada no início de 2007 pelo Governo do Estado do Pará para funcionar como Centro de Convenções da Amazônia. Trocando em miúdos, as finalidades básicas seriam as de apresentar feiras, congressos, palestras, exposições culturais e, pasmem, formaturas de elite e festinhas particulares.
Quem é burro passa ali na frente e diz, ou, pelo menos, pensa: "Olha, pai d'égua esse negócio aí! Tenho orgulho do meu Pará!". Infelizmente ainda temos estas pessoas na sociedade. São os frutos de décadas de descaso com a qualidade da mente paraense, a cada ano mais estapafúrdia e que ainda veremos por alguns séculos, enquanto durar o estoque de jeitinho brasileiro, depreciação do elemento humano e faltar investimentos na educação pública desse estado.
Foram gastos, em tese, 100 milhões de reais no Hangar. Eu, que gosto de um custo/benefício achei um desperdício gastar tanto numa coisa que fica inútil durante várias semanas de sua existência. Imagina só se esse Hangar fosse uma escola pública? A Escola Estadual Dom Pedro I, por exemplo, continua a mesma merda desde 1990... E se fosse um hospital? O moderníssimo Hospital Metropolitano não tem nem neurocirurgião! Se alguém se acidentar e abrir o crânio vai ser imediatamente encaminhado para o serviço de Neurocirurgia do HPSM da 14 de março, que dá um jeito de funcionar, com a ajuda de Deus.
Eu, que morava ali perto, pude acompanhar o processo de construção sob o ponto de vista leigo, porém coerente, enquanto passava por lá pra correr na Avenida Júlio César aos sábados ou qualquer dia que tivesse chuva à noite. Nessas idas e vindas, pude ver muita coisa errada, que iam desde falhas graves na sinalização para desviar o tráfego na Avenida Brigadeiro Protásio até o afundamento da calçada da obra, feita às pressas para inaugurar o espaço antes de a atual governadora assumir o cargo, em janeiro.
Dentre os erros mais grotescos da obra (não é preciso ser engenheiro civil pra notar isso):
1- Quase todas as faixas de pedestres para atravessar a Av. Dr. Freitas e a Av. Brigadeiro Protásio terminam no gramado e, se você pisar na grama para continuar seu percurso até o Hangar, o segurança que fica de prontidão certamente chamará sua atenção (já ouvi depoimentos irrefutáveis, inclusive de meus familiares, de que isto realmente aconteceu).
2- As paradas de ônibus são muito longes (talvez os ônibus estragariam a paisagem) e o acesso para quem vem na sola do chinelo não é pela porta principal; todos devem entrar pelos fundos, junto à entrada de quem deixa o carro no estacionamento. Haja sebo na canela pra chegar lá... Praquele velhinho aposentado e endividado ou aquela senhora diabética e hipertensa, andar uns bons 700 metros se torna angustiante. Pra falar a verdade eu, que estou na 2ª década de vida, cansei pra chegar lá.
3- A calçada afundou em vários pontos algumas semanas antes da entrega da obra.
4- Não pode tomar água ou banho no laguinho.
O Hangar não fica aberto durante os dias em que não há eventos. Ou seja, se você, pobre trabalhador, contribuinte, aposentado ou pensionista, que fez um empréstimo, que te enganaram naquele ibi e vais pagar os juros dentro do caixão, quiser entrar no Hangar pra dar uma olhada e se sentir rico, você não vai poder. A menos que tenha algum evento acontecendo e que você tenha um convite pra entrar lá.
Pra dar um gostinho de vitória, pelo menos pise na grama.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Seja mal-vindo

"O mundo está à beira do colapso". Quem mora no Brasil e, principalmente, no Pará, certamente já está familiarizado com essa condição.

Há um certo tempo (algo menos que uns 2 anos atrás) tenho tido vontade de escrever um blog. Deixo claro que eu não sou um desses EMOs, nem esses idiotas que se apoderaram da inclusão digital para amaldiçoar o mundo com suas histórias pessoais. Minha proposta é bastante simples: criticar o que eu quiser e mandar se foder quem for preciso.

Acho que meu foco principal será expressar minha opinião sobre a pombalescência, insignificância e mesquinharia humana e a relação disso tudo com as autoridades. É claro que no meio disso pode surgir qualquer coisa mais esdrúxula; algo como uma sugestão tipo Pérolas do Orkut. Quero escrever assim, por esporte.

Alguns minutos antes de começar a escrever isso aqui eu dei uma olhada no meu bom e velho amigo Mr. Google e pedi pra ele achar algo com a expressão "melhor blog". Como ele é meio burro, acabou achando um fórum que dizia que "escrever blog é terapêutico".

Pra eu que to meio doido... Não deu outra.